terça-feira, 15 de maio de 2012

My Dude Favorite.

                                

- Você não pode sair sozinha com o quê anda acontecendo no campus, Nicole! Pelo amor de Deus!
  Bufei da tentativa da minha irmã de me impedir de ir à biblioteca.
 - Eu vou à biblioteca, que é a exatamente 250 passos daqui. Não faça tempestade em um copo d’água, quando nem água no copo tem, ok?
 - Arg, porque você tem que ser tão teimosa? Quer saber é a sua vida em risco mesmo...
  Suspirei. Ela sempre diz isso. Que ridículo.
  Caminhei pelo campus em direção a biblioteca, sentindo um pouco de medo. Isso fazia sentido, levando em conta que um número muito alto de garotas vem morrendo dentro do campus da universidade. Sendo encontradas queimadas e estupradas, só com a arcada dentaria para reconhecê-las. Muitos acreditam que isso é um ritual que uma seita faz para purificar as jovens de hoje em dia. Eu me pergunto se tem como purificar uma coisa que com certeza não pode e não quer ser purificada. É tão estúpido as pessoas acharem que pode tirar a vida de uma pessoa assim do nada, como se eles tivessem direito. Revirei os olhos para isso. Ah, santa estupidez. Olhei em volta do campus, e empurrei a grande porta de madeira da biblioteca, suspirando feliz ao sentir o cheiro de livros. Amo desesperadamente esse cheiro.
  Peguei meu cartão de identificação e o mostrei a funcionária de lá e fui para a sessão que eu tinha parado. Escolhi um livro com o título de "Jogos vozares" e sentei-me na mesa dos fundos, querendo ficar completamente em paz. Estava tão imersa no livro que não ouvi alguém se sentar ao meu lado, até que esse alguém limpou a garganta fazendo-me tomar um susto. Olhei para cima com frustração por ter sido interrompida, até que percebo quem me interrompeu.
 - Não devia estar surpreso por te encontrar lendo, Ni. – Ele revirou os olhos. Sorri, ele sempre amou o fato de eu ler.
 - Você sabe, leitura amplia o mundo. Por isso que seu mundo é tão pequeno. – Ri para mim mesmo, mas parei no mesmo instante que olhei em seus olhos. Eles estavam tristes, irônicos e raivosos. Eu sabia que não deveria mecher nesse assunto. Que sempre que eu o tocava mesmo sem querer, estragava todo o nosso esforço de "sermos felizes".
 - Você acha que a leitura vai me ajudar em alguma coisa? Você sabe que eu não posso fazer nada para mudar isso. Eu tenho que fazer, você gostando ou não. Não é só a minha vida em risco. É a de todos. – Disse bufando em frustração. Eu queria retrucar, dizer que ele podia fazer muitas coisas para impedir isso, mas não adiantaria. Nunca adiantaria.
 - Tudo bem, eu entendo Tate, me desculpe. – Era sempre assim. Suspirei cansada, enquanto fechava o livro e guardava-o em minha bolsa. Ia me levantar, mas fui impedida por uma mão quente.
 - Me desculpe, é só que... Alec tem andado desconfiado. – Ele franziu as sombracelhas, em sinal de preocupação. – Para ele perder o controle, falta só um pouco. Eu não sei mais de nada. Eu estou com tanto medo. - Quando ele disse isso, eu o olhei. E eu vi medo em seus olhos. Suspirei outra vez e o abracei.
 - Vai ficar tudo bem. Você precisa seriamente relaxar. – Sorri, tentando mostrar a ele, que esse momento de tensão já passou. Ou tivesse realmente passado se quando saiamos da biblioteca o pai adotivo de Tate não estivesse lá, esperando-o.
 - Está na hora. Vamos. – Disse Alec, com a voz dura.
 - E-eu não vou. Simplesmente não posso fazer mais isso. – Respondeu Tate, desafiando seu "pai."
 - Não pode mais fazer isso? Claro que pode! Estamos limpando o mundo de pecadoras, meu filho.
 - Não, não estamos! Estamos tirando vida de pessoas inocentes, que não fazem nenhum mal a ninguém. Eu não posso mais fazer algo assim.
 - Foi ela não foi? Foi essa garota estúpida que botou isso na sua cabeça, não foi? Pois bem, já que não quer ir comigo, faça o ritual com ela. Ou eu faço. – Mandou Alec, com um olhar sombrio no rosto, e um sorriso irônico.
 - Não! Você não vai encostar um dedo nela. E se encostar, terá que ser por cima do meu cadáver. – rosnou Tate, se colocando na minha frente, para inutilmente me proteger de seu "pai". Alec soltou uma risada, nem ao menos se importando com a declaração de Tate.
 - Sempre tão corajoso. Foi por isso que te escolhi Tate, por sua coragem, mas do que adianta ter um servo corajoso, se ele não faz o quê eu quero? Você sempre foi o melhor. – Ele pegou uma arma do seu palito e a apontou para o peito de Tate. Sufoquei um gemido ao saber o que ele faria. Ele mataria Tate e depois me mataria.
 - Eu te amo. Sempre amei e sempre amarei. Para todo sempre. - Eu ouvi o grande amor da minha vida sussurrar. Fazendo o aperto em minha garganta crescer.
 - Eu também. Sempre amei e sempre amarei. My Dude Favorite. – Soltei uma risada meio suspiro. Vendo-o sorrir também.
  E então quando ouvi um barulho de tiro, seguido de outro, sabia que tinha acabado, mas isso não me impedia de sorrir por saber que ele me amava.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Iracema.

  O livro Iracema foi um grande marco na cultura Brasileira, por ser bem representado pelo escritor José de Alencar. Aonde ele escreve um poema em prosa que narra o amor de duas pessoas completamente diferentes. Além de ter todas as características do romantismo da primeira geração no Brasil.
 José de Alencar lançou esse livro em 1865, fazendo-o ser o segundo livro da trilogia “indianista” do autor.
 A narrativa começa quando Iracema está tomando banho e toma um susto ao ouvir Martim andar na mata, assustada ela lança uma flecha nele, o confundido com um mau espírito.
 Arrependida de tê-lo machucado, ela quebra a flecha mostrando paz e arrependimento. E também o leva a sua cabana para cuidar do machucado.
 Como ela é filha do pajé, o mesmo ao ver Martin, diz que ele é um guerreiro enviado por seu deus, e oferece tudo de bom e do melhor a Martim.
 Depois de um tempo, Martim começa e se sentir triste, e vendo isso Iracema tenta reanimá-lo, mas sem sucesso, mas também sabendo a causa que o deixa assim, Iracema mostra a ele o segredo de jurema, a grande arma de sua tribo para lutar contra os inimigos, fazendo Martim ter alucinações com sua “noiva branca” e que dormiu com Iracema.
 Passado um tempo depois disso, as pessoas da tribo começaram a ficar curiosas sobre Martim, questionando o pajé, sobre quem ele era e o que ele estava fazendo ali. Com isso o Irapuã que amava Iracema, cria uma guerra contra Martim, deixando-o a única opção de fugir da tribo.
 Iracema o ajuda a fugir e no meio do caminho eles encontram Poti, o melhor amigo indígena de Martim. Quando eles estavam bem longe da tribo dos tabajaras, se estabeleceram no meio da floresta.
 Estabelecidos lá, Poti conversou com Martim sobre seu avô, e pediu que o mesmo conhecesse seu parente. Ao amanhecer eles começaram sua caminhada até onde se encontrava o avô de Poti.
 Chegando lá, eles o encontraram a beira da morte. Mesmo esse personagem aparecendo só uma vez, ele tem uma importância na história muito grande. Antes mesmo de Poti os apresentar, ou de aparecer ali, ele já sabia quem era Martim e o seu significado para o destino do Brasil. E é isso o que ele fala, antes de morrer.
 Depois do fim dessa visita, eles procuram um lugar onde morar, encontrando-o na beira de um rio. Logo após de estabelecerem, Poti e Martim recebem a notícia de que a tribo de Iracema fez tratado com os franceses e como a tribo de Poti é contra isso, eles começariam uma guerra. Martim informa isso a Iracema e a mesma o apóia.
 Ao passar dos tempos Iracema percebeu que estava diferente, e acaba descobrindo que está grávida. Alguns tempos depois que descobriu a noticia, Martim volta da guerra e ela o surpreende o contando que está esperando um filho dele. O mesmo fica um pouco feliz com a notícia, mas não o bastante para transparecer, o que deixa Iracema infeliz e Poti também.
 Pouco tempo depois que voltou, Poti recebe a noticia que haverá outra guerra, e que ele e Martim têm que partir imediatamente. Sem tempo para avisar Iracema que irá para outra guerra, Martim deixa uma mensagem para ela, dizendo que partiu e que é para ela esperá-lo. Iracema sentindo falta de Martim vai procurá-lo e encontra a mensagem.
 A partir daí Iracema vive sozinha, esperando Martim voltar e começa a lutar pela sobrevivência, sua e de seu filho. Como ela está grávida, não consegue fazer tudo o que fazia antes, o que resulta em sua desidratação.
 Depois do nascimento de seu filho, Iracema também luta para alimentá-lo, já que como ela não pode comer muito durante a gravidez, não tem muito leite. É no meio da mata, quase morta, segurando seu filho no colo, que Martin a encontra, a jovem dos lábios de mel entrega o filho ao pai e com poucas palavras morre. Depois da morte de Iracema Martim volta para sua terra natal; Portugal.
 Esse livro foi considerado o romance mais bem estruturado de José de Alencar, que idealiza a Iracema como heroína e Martim como o colonizador.
 A dor de Iracema representa toda a dor que a colonização causou. E a entrega de seu filho, Moacir que significa nascido da dor, é uma característica da submissão da mulher no século XIX.
 O conteúdo desse livro por si só, é muito lindo. Pois mostra um amor inocente, um amor jovem, que no fim de tudo não era para acabar mal, mas acabou. É uma obra linda, que faz de nós brasileiros, heróis, mesmo que a colonização tenha ganhado e matado os índios. Ela também mostra nossas origens, fazendo-nos ver, o que há de lindo no Brasil.

Amor e a loucura andam juntos ou separados?

                                          
 Algumas pessoas dizem e acham que o amor e a loucura andam de mãos dadas. E se você for perguntar para elas, o porquê disso, elas te darão uma explicação muito válida.
 Verdadeiramente em minha opinião os dois termos "amor" e "loucura" não andam juntos, mas tem muito a ver um com o outro.
 O porquê disso, é que quando as pessoas amam, elas fazem tudo por amor. Isso não é loucura, é não ter controle sobre o que sente. Pessoas que fazem isso, não sabem administrar o seu próprio sentimento, o que leva a crer que ela está louca.
 Um exemplo disso é o caso Lindenberg, porque ele a amava e quando ela terminou com ele, ele sentiu tanta raiva, mais tanta raiva e a matou. O problema foi que ele não soube controlar seu sentimento. Nesse caso a raiva.
 Caso como esse anda acontecendo muito hoje em dia. No jornal algumas das noticias é sobre homens que não agüentaram o fim de seus namoros ou casamentos e começam a ameaçar suas parceiras e acabam matando as mesmas.
 Outro exemplo bom para ressaltar, um tema que também tem a ver com isso é a frase: "O amor é cego". Eu sinceramente não acho que o amor seja cego. As pessoas têm defeitos e todos vêem, todos. Mas a pessoa que ama, não quer ver, ou seja, ela sabe, ela vê, mais finge que não vê, para idealizar esse negócio de amar. Insistindo que a pessoa é perfeita, sim.
 O amor é uma coisa linda, é um dom de Deus, mas algumas pessoas fazem disso ou uma coisa pequena ou uma coisa grande demais. E eu penso que esse é o problema. O amor é para se sentir, e se deixar levar no sentido bom, apenas isso. Não para fazer coisas ruins e justificar que fez o que fez por amor.
 Mesmo lendo as epistolas do jovem Werther de Goethe e a pequena fábula do francês Jean de La Fontaine eu não mudei de idéia sobre o amor e a loucura não andarem juntos.
 Acredito que as pessoas têm consciência do que fazem e por isso podem "controlar" o que sentem. O que quero dizer não é que o ser humano pode controlar tudo, principalmente sentimentos, mas acho que ele pode fazer escolhas melhores, porque ele tem opção. É só ele querer fazer, que ele consegue.

terça-feira, 20 de março de 2012

Resenha - A cartomante.

 A cartomante de Machado de Assis, originalmente publicada em 1884 conta a história de um triângulo amoroso que envolve Vilela, Camilo e Rita.
 A história começa com uma discordância de Camilo e Rita sobre a ida da moça em uma cartomante. Camilo não acredita nessas coisas, já Rita discorda, dizendo que acredita e que é verdade.
 Camilo acaba desistindo de discutir com Rita, já que ir a cartomante ajudou-a a relaxar mais um pouco em relação a eles. Ao decorrer um pouco da história, descobriu-se que Camilo é amigo de infância de Vilela e como ele foi criar um caso com sua esposa.
 Um pouco antes de Rita ir à cartomante, Camilo recebe uma carta xingando-o e avisando que todos sabiam do caso dele com Rita, com esse acontecimento, ele para de ir à casa do amigo, e se afasta de Rita, fazendo-a ficar insegura. O que a leva a cartomante, procurando saber o motivo dele se afastar e se o Vilela estava perto de descobrir o caso deles.
 No fim do conto, Camilo recebe uma carta de Vilela chamando-o a ir a casa dele depressa, com uma pulga atrás da orelha, Camilo pensa no que isso significa e no que dará. Depois de horas pensando, Camilo começa a ficar desesperado e decide ir até a casa do amigo, em seu caminho, ele passa em frente à casa da cartomante, e cansado de agonia vai visitá-la.
 A cartomante vai fazendo seu trabalho, conseguindo enganar direitinho Camilo, até que ele fica relaxado, imaginando que a carta não é nada de grave. Quando chega à casa de Vilela encontra a amante morta e é morto a queima roupa pelo amigo de infância.
 Mesmo essa obra sendo de 1884 ela descreve muitos casos que acontecem hoje em dia. Seja a farsa da cartomante ou a morte dos amantes.